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horizonte artificial

ideias e achados.

Uma ilha de Primavera

Vi há uns dias, por acaso, o filme "A colina das papoilas", de Goro Miyazaki, e fiquei rendido. É um filme de animação onde a imaginação, claro, pode dar voos maiores, mas é uma obra-prima na forma como idealiza e pinta a presença da Primavera na história central.

Apetece entrar em algumas das cenas, nem que seja para descer a abrir aquela colina de bicicleta. Ando com papoilas no pensamento desde então, apesar de continuar limitado ao meu bairro, que pouco ou nada tem em comum com o litoral japonês. O espanto pareceu mais sentido, portanto, quando regressava a casa, esta semana, por um caminho diferente, e dou de caras com o que me ocorre descrever como uma ilha de Primavera na cidade — uma pequena encosta recém-transformada em jardim, por iniciativa da junta de freguesia, cheio de papoilas (sobretudo encarnadas, mas também algumas nos tons rosa e laranja) e de uma espantosa diversidade de outras flores.

É mesmo um pequeno festival de flores, tornado mais especial por surgir assim no meio urbano (fica adjacente à Segunda Circular), numa altura em que sair da cidade ainda não parece ser possível. Quem ali passa dificilmente fica indiferente à pequena mancha vermelha de papoilas e já há sinais de ser um espaço estimado por quem mora à volta. As abelhas e os shutterbugs da freguesia, pelo menos, têm ali um motivo novo para ficarem fora de si.

Uma abelha a sondar uma papoila encarnada num jardim de Lisboa

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