Um poema acabado de fazer
Sábado, 21 de março
Não acredito que o risco seja elevado, nem vou abdicar por inteiro da corrida, mas não consegui convocar a vontade para ir correr esta manhã, como é hábito. Há uma semana, um dos meus receios era ver-me privado da liberdade para ir à rua descontrair ou correr. O que está a acontecer é mais gradual e insidioso: estou a perder a vontade e o gosto de sair à rua sem motivo.
O achado do dia, neste dia mundial da poesia, é um poema acabado de fazer: LISBOA AINDA (novamente, duas palavras em maiúsculas), de Manuel Alegre. Fez-me pensar como é raro e bonito, ler um poema com a data de ontem. Lisboa resiste, sem dúvida.