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horizonte artificial

ideias e achados.

Dias perfeitos

Notas soltas do filme mais recente de Wim Wenders

A calma e o sentido de segurança que as ruas de Tóquio emanam. A título de exemplo, Hirayama, o protagonista, nunca tranca a bicicleta nas suas deslocações. É cinema, eu sei, mas não me importava de viver numa cidade assim. 
O conceito de "árvore amiga", que interpreto como sendo a árvore preferida do quotidiano de cada um (também tenho uma).
A artificialidade de Tóquio e as suas ilhas de natureza, com os apontamentos de cor (e humor tecnológico) dos seus WCs.
É um filme que dá a sensação de uma hora passada na vida (quotidiana) de um amigo. Dá conforto acompanhar alguém nas suas rotinas diárias. O mundo fica um sítio um bocadinho mais previsível assim. Aliás, a sobrinha do protagonista faz aquilo que, no fundo, nós estamos a fazer através do ponto de vista da câmara.
A "hora" mágica do almoço. Fez-me lembrar as minhas próprias horas de almoço passadas nos jardins da Gulbenkian durante o verão.
O silêncio, o elemento que permite ouvir, todos os dias à mesma hora da madrugada, a varredura das folhas nas ruas, e o que mais invejo nesta cidade-filme revelada por Wenders.

PS: Se isto não chegar para aguçar a curiosidade, leiam este post no Burro Velho sobre o filme.