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horizonte artificial

ideias e achados.

A janela do envelope

Inspirados no twitter, fizemos uma ligeira alteração, esta semana, à forma como apresentamos, nas nossas listagens públicas (exemplo, a lista de posts com a tag viagens), os excertos dos posts publicados na plataforma. Trocámos a ordem do texto e da eventual fotografia (agora, o excerto começa pelo texto) e limitámos a altura da imagem, centrando-a no espaço que lhe está reservado. É uma alteração insignificante, em páginas relativamente pouco utilizadas, mas tenho dado por mim deslumbrado com a forma como algumas imagens encaixam na perfeição na "janela do envelope". É uma boa analogia, porque parte do meu dia consiste em navegar nestas páginas, e espreitar o que vai sendo publicado — no fundo, espiar correspondência alheia. Já agora, não deixem de ler o post da Ana. Se algum dia visitar Atenas, vou lembrar-me dele.

coisas boas de 2011: design

 

Sei que é um bocado tarde para estar a falar de 2011, mas este blog tem o relógio sempre um bocado atrasado.

Há uns tempos fiz uma lista mental das coisas que me impressionaram mais em 2011 e achei que valia a pena passar a lista para post, mesmo já tendo falado de algumas delas aqui antes.

 

Pina

Isto é cinema? Um espetáculo de dança? "Pina" é um festim visual e pura celebração do movimento, como Pina Bausch gostaria que fosse. É a perfeita celebração do seu corpo de trabalho, literalmente.

 

Quem diria que é possível fazer algo tão belo em câmara, envolvendo dança? Já dei por mim várias vezes a tentar explicar por que razão este filme vale tanto a pena, mas resume-se a isto: não dá para explicar o que é belo, é preciso vê-lo e aceitar que às vezes só isso chega.

 

Se o critério para entrar nesta lista é aquela sensação pontual de surpresa, seguida de estranheza e deleite, então o filme de Wim Wenders entra definitivamente.

 

Siri

Ainda não está disponível em português (e tenho um palpite que não é em 2012 que vai passar a estar), mas a Siri, como produto e ideia, é um espanto. Basta ver os donos da versão mais recente do iPhone, a perguntarem ao seu novo assistente se chove amanhã ou a ditarem uma SMS para o telemóvel, e dá para perceber o potencial da voz como interface entre pessoas e aparelhos móveis.

 

Se a vertente do produto foi muito bem desenvolvida, também é verdade que a comunicação da funcionalidade foi muito bem conseguida. Recuperar uma música de Ray Charles não é nada mau para uma campanha de publicidade sobre um objecto de tecnologia de ponta. Nunca tive um iPhone e estou desejoso, ávido mesmo, que a Siri aprenda português para finalmente decidir a ter um.

 

Twitter

Se tivesse de escolher um serviço que me surpreendeu pela positiva ao longo de 2011, foi o Twitter. Não concordei com todas as escolhas (a nova secção de coscuvilhice e a nova app são duas delas), mas gostei do redesign do serviço e da preocupação geral em trabalhar mais os pormenores da plataforma.

 

P3

Adoro o mote ("tratamos tudo por tu"), gosto do layout (um balão de ensaio para novos formatos que o Público pode aproveitar em seu benefício), dos temas que vão cobrindo e de me surpreenderem sempre com alguma coisa que eu achava que mais ninguém ia reparar. Em termos de informação, design e internet em português, foi definitivamente uma das coisas mais bem conseguidas em 2011.

 

Vodafone Mexefest

Andei por lá e a experiência foi fixe. Andar de autocarro pela rotunda do Marquês de Pombal a ouvir os Farra Fanfarra teve a sua piada. A minha atuação preferida pertenceu à Oh Land. A app para os telemóveis estava super bem conseguida e a ponte sobre a avenida da Liberdade também foi um grande win.

 

Banco Alimentar online

O maior banco alimentar nacional e uma das empresas de software mais importantes do mundo produziram algo que é ao mesmo tempo solidário e conveniente de utilizar. Embora o site esteja longe de ser perfeito, é o tipo de iniciativa que as empresas de tecnologia em Portugal deviam andar a fazer mais (colocar a tecnologia ao serviço do bem público).

 

Experimenta Design 2011

Valeu só pela design crime scene.

Be better

Uma das perguntas que mais me fazem sobre blogs é "como é que posso divulgar o meu blog?". Sim, é mau sinal quando alguém sequer faz essa pergunta, porque significa que entendeu tudo ao contrário, mas há uns dias li este post, no blog do Frank Chimero (um dos meus designers de referência e autor de um daqueles blogs que qualquer pessoa interessada em fazer coisas boas devia acompanhar), e parece-me que a melhor resposta a essa pergunta está por ali.

 

A pergunta surgiu durante uma sessão de perguntas & respostas com os leitores do blog.

 

How do you promote yourself?

Unsexiest answer ever: be better.

 

Do something interesting and do it really well. This is way harder than promoting yourself. Service your clients really well. Come up with damn good work that has thick value.

 

Do something compelling. There’s a trillion people writing blogs that need something to write about. There are magazines hungry for content. There are hundreds of thousands of people bored on the internet wanting something to look at or do. For the most part, people have exceedingly low standards on the internet. But, I think people are hungry for better. Make something better. People will notice.

 

The number of people that are consuming creative work keeps growing (because it’s fun and nourishing). The number of people doing solid, compelling creative work is staying the same (because it’s hard work). You do the math.

A cidade fala connosco: a nova estação de metro do Saldanha

De passagem pela nova, e inspirada, estação de metro do Saldanha.

 

A nova estação liga a linha vermelha à linha amarela, o centro da cidade ao Oriente. "Em mim se cruzaram finalmente todos os lados da terra", continua a ler-se no poema Rosa dos Ventos, de Almada Negreiros, autor das frases espalhadas pela estação.

 

A intervenção plástica ficou a cargo do arquitecto José Almada Negreiros.

 

"As pessoas que eu mais admiro são aquelas que nunca acabam."

 

 

Uma frase dificilmente conta tão pouco e promete tanto.

 

 

 

 

O meu comboio e a minha dica para terminar aqui.

Pace of design

 

Mais uma exposição da Experimenta Design, intitulada Pace of design, ali na Rua da Escola Politécnica. A ideia é mostrar e comparar os ritmos e rotinas de trabalho de alguns ateliers de design em vários pontos do mundo. É difícil tomar nota mental de tudo, mas é uma forma envolvente e original de ver como a cultura de cada país influencia o trabalho dos ateliers em exposição.

Podem experimentá-la até 8 de Novembro, entre as 11h e as 20h, e vão querer fazê-lo à segunda-feira, dia em que a entrada é gratuita.

...

I’m tired of the word designer. Can I set an auto-replace on my keyboard to change the word “designer” to “good people that just happen to design for a living?” Can I change “creative” to “people who feel compelled to make, either by making new things, or by making things better?”

- Frank Chimero.

 

É exactamente isto que eu quero dizer sempre que digo que não sou designer.

Bóra passear?

Desta vez vamos partir à descoberta da ExperimentaDesign, uma bienal internacional dedicada ao design, arquitectura e criatividade a decorrer em Lisboa até 9 de Novembro, e que este ano tem como tema o tempo ("tempo para agir, tempo para colaborar, tempo para reflectir").

 

Bóra passear?


Bóra )