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horizonte artificial

ideias e achados.

lugar A15



Não quis esperar mais e fui até à Casa da Cultura, no Barreiro, para ouvir ao vivo um dos meus álbuns do ano, "Seasons". Apesar da enorme ventania de sábado à noite e de ter decidido atravessar a cidade a pé, soube que ia valer a pena desde o momento em que comecei à procura do meu lugar e apercebi-me que tinha sido colocado na primeira fila (uma vantagem inesperada de fazer parte dos "Amazing Cats", quem sabe).

Nunca tinha assistido a um concerto sentado a partir da primeira fila (uma sensação ligeiramente inebriante, como ser convidado a seguir na classe executiva perante o olhar dos restantes passageiros da classe económica) e ter acontecido com este concerto e álbum tornou o espetáculo ainda mais especial. Foram quase 2 horas de música, a um ritmo descontraído e ocasionalmente interrompido pelo sentido de humor de David Fonseca, claramente habituado a gerir a energia da sua atuação perante uma pequena plateia sentada, que mesmo assim não teve outro remédio senão levantar-se nos momentos finais. A sua música oscila desde sempre entre o furor e a ressaca emocional, sem nunca conseguir repousar por muito tempo em qualquer um dos estados, e esse frémito adolescente é novamente percetível na subida e descida de Seasons. Em concerto, todavia, a única direção possível, como sugere um David Fonseca agarrado a um ramo de balões, é para cima. Up up and away.

Obrigado, David!

ainda: Falling

Sinto que consegui fazer uma coisa um bocadinho difícil e isso é uma sensação espectacular.


David Fonseca, a explicar ao blog Urban Blues como foi a sensação de dar por terminada a gravação, ao longo de um ano e em duas partes, do seu álbum Seasons.

Este disco está na minha prateleira imaginária de objetos que dizem mais de mim do que eu consigo dizer deles. É por isso que tenho procurado pela net mais reações a Seasons, para tentar confirmar que não sou o único a ser cativado, a um tempo, pela expetativa que Rising vai agitando, e noutro, pela melancolia que Falling vai serenamente doseando. É um álbum gravado em alturas diferentes do ano (e fases diferentes do coração, parece), e embora esteja mais inclinado para apreciar Falling, as duas metades são indissociáveis no nível de empenho e mestria sonora.

À exceção das críticas oficiais, que parecem estar de acordo em relação ao mérito musical do álbum, não encontrei muitas reações. O que é uma pena, porque este é o tipo de álbum que merece ter alguém a celebrar a sua originalidade de maneira bem mais articulada e extensa do que aquela que consigo fazer aqui.

Estou desejoso de ver e ouvir como a energia magistralmente contida em Seasons é libertada ao vivo e em palco. Só falta saber se e quando a digressão passa por uma sala de concertos perto de mim e como é que vou conseguir ter o meu CD autografado...

no posto de escuta: Falling, David Fonseca

Ainda não devo ter ouvido todas as canções mais do que duas ou três vezes, mas já ando a atirar aos quatros ventos virtuais o quão bom é "Falling", a segunda metade do novo álbum de David Fonseca, "Seasons", lançado na semana passada. Valeu a pena a espera, tendo em conta que fiz questão de aguardar pela saída de "Seasons" para também ficar a conhecer "Rising", e que posso dizer, sem ponta de exagero, que gosto de todas as músicas (o meu hábito compulsivo de classificar músicas no iTunes não me deixa mentir). A crítica fala de uma "enorme afirmação" e é mesmo disso que se trata. Mais uma vez, enquanto não estávamos a olhar, o David Fonseca voltou a esse poço secreto onde ele vai buscar a sua inspiração e criatividade, e pôs-se a produzir um álbum que vai, espero, surpreender muita gente.

 

Basta começar por Monday, Tuesday, Wednesday, Thursday.