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horizonte artificial

ideias e achados.

Dias perfeitos

Notas soltas do filme mais recente de Wim Wenders

A calma e o sentido de segurança que as ruas de Tóquio emanam. A título de exemplo, Hirayama, o protagonista, nunca tranca a bicicleta nas suas deslocações. É cinema, eu sei, mas não me importava de viver numa cidade assim. 
O conceito de "árvore amiga", que interpreto como sendo a árvore preferida do quotidiano de cada um (também tenho uma).
A artificialidade de Tóquio e as suas ilhas de natureza, com os apontamentos de cor (e humor tecnológico) dos seus WCs.
É um filme que dá a sensação de uma hora passada na vida (quotidiana) de um amigo. Dá conforto acompanhar alguém nas suas rotinas diárias. O mundo fica um sítio um bocadinho mais previsível assim. Aliás, a sobrinha do protagonista faz aquilo que, no fundo, nós estamos a fazer através do ponto de vista da câmara.
A "hora" mágica do almoço. Fez-me lembrar as minhas próprias horas de almoço passadas nos jardins da Gulbenkian durante o verão.
O silêncio, o elemento que permite ouvir, todos os dias à mesma hora da madrugada, a varredura das folhas nas ruas, e o que mais invejo nesta cidade-filme revelada por Wenders.

PS: Se isto não chegar para aguçar a curiosidade, leiam este post no Burro Velho sobre o filme.

O que achaste?

Tornei-me portador do cartão Medeia Filmes há duas semanas e desde então tenho entrado em salas escuras cheias de gente como se o mundo acabasse amanhã. Tenho ido ver alguns filmes que normalmente não teria inclinação (ou dinheiro) para ver, pelo que, para já, tem servido para diversificar o meu paladar cinematográfico. Ainda estou no início da "experiência cartão Medeia Filmes", mas já me sinto um cinéfilo renascido.

 

Para ajudar com a digestão de tantos filmes surgiu ainda o O que achaste?, um blog que criei com alguns amigos para partilharmos as nossas opiniões sobre os filmes que cada um vai vendo. Distanciando-me um pouco do colectivo, é tudo gente fixe que escreve muito bem e, acima de tudo, aprecia bom cinema.

 

É bom partilhar o blog com estas pessoas e ver como o blog tende a tornar-se parte integrante da experiência de ir ao cinema (como o "passaporte" da Expo'98). Dou por mim a ser um bocadinho mais exigente com o que vejo do que antes e, em geral, a apreciar mais cada filme.

 

Estão convidados a passar por lá e a dizerem o que acham :)

Wall-E

O NYT adorou o Wall-E, a próxima animação da Pixar:

 

The paradox at the heart of “Wall-E” is that the drive to invent new things and improve the old ones — to buy and sell and make and collect — creates the potential for disaster and also the possible path away from it. Or, put another way, some of the same impulses that fill the world of “Wall-E” — our world — with junk can also fill it with art.

Quando um robot animado, que mal pronuncia palavras, conquista o coração de um crítico de cinema e suscita este nível de reflexão acerca dos tempos em que vivemos, é porque a Pixar deve ter feito algo bem. Estreia a 14 de Agosto.