Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

horizonte artificial

ideias e achados.

inspiração: o "making of" de Making Mirrors



 


Já era o meu álbum preferido do ano até aqui, há uns dias encontrei este pequeno documentário sobre o seu "making of" e fiquei ainda mais fã. As sonoridades de "Making Mirros" são ao mesmo tempo estranhas e familiares, e este vídeo revela um bocadinho do trabalho envolvido na costura desses sons, a partir de um celeiro na Austrália, assim como da serendipidade necessária para os encontrar. O próprio vídeo está muito bem feito e é prova do quão especial é este álbum. Vejam e ouçam.

achados: The Desk

 

Um pequeno documentário de Mark Gardner sobre a importância da secretária no local de trabalho. A sugestão do vídeo, de que uma secretária revela qualquer coisa sobre a pessoa que nela trabalha, é um óptimo pretexto para ir visitar os locais de trabalho de outras pessoas e espreitar as suas secretárias.

 

Das secretárias que aparecem no vídeo, a de Massimo Vignelli é a minha preferida. Gosto do minimalismo estratégico (só tem em cima da mesa o estritamente necessário, embora alguns já tenham notado que, em dias normais, deve ser difícil passar por ali um cabo de alimentação para o laptop) e da forma quadrada, a convidar à conversa e discussão em torno da mesa (sem separatórias ou disposições que tornam muito difícil sentar alguém ao nosso lado).

 

De qualquer modo, em termos de áreas de trabalho, nada bate ter um pequeno relvado embutido.

 

Vagamente relacionado, este texto de José Mário Silva, sobre a angústia da folha em branco, que além de pintar valter hugo mãe como um "monstro" literário (que nunca hesita antes de escrever e tem sempre a inspiração debaixo do braço) tem esta óptima citação de Afonso Cruz sobre bloqueios criativos e inspiração:

"Afonso Cruz, quando bloqueia, volta atrás: «Se não sei o que escrever, penso sobre o que já escrevi. Julgo que a inspiração é um movimento que se faz para dentro, como nos mostra a respiração.»"

Quando preciso de inspiração para acabar aquele trabalho que está mesmo a chamar por mim e pelo meu melhor é isso que tento fazer: olho para trás e tento perceber o que fiz bem noutras ocasiões (embora também seja fácil cair na repetição). É difícil dizer a quantidade de vezes que isto funcionou comigo, mas é só para mostrar que a angústia da folha em branco também consegue ser particularmente aguda no Photoshop.