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horizonte artificial

ideias e achados.

Leituras para 2021

Um guia para algumas das leituras que vou tentar fazer este ano

Terre des hommes, Antoine de Saint-Exupéry

"Alguém disse que cada língua que se fala é uma vida a mais a que se tem direito", escreveu a Maria Ribeiro, no seu delicioso livro de crónicas Trinta e oito e meio. E eu continuo a lutar por essa vida extra, persistindo no francês, apesar da falta de prática e da fraca memória. Ler este livro de memórias de Saint-Exupéry vai ser o meu desafio francês do ano.

 

Shooting an Elephant, George Orwell

Outro livro de memórias, que me despertou a atenção pelo título, e que, pela sinopse, não é para ser interpretado no sentido figurativo. Depois de 1984 e de O Triunfo dos Porcos, nunca mais voltei a Orwell e tenho curiosidade para o ler no campo da não-ficção.

 

Oscar Wilde, Richard Ellmann

Quem ler a Carta a Bosie, de Wilde, fica com uma ideia muito precisa da personalidade e estado de alma do escritor na fase final da sua vida, mas continuo curioso para saber mais sobre o seu percurso e obra. Esta biografia de Ellmann é uma das que encontro mais vezes referida.

 

Born With Teeth, Kate Mulgrew

Não cheguei a vê-la em Orange is the New Black mas Mulgrew surgiu e destacou-se aos meus olhos na pele de Kathryn Janeway, capitã da Voyager, a primeira série do universo Star Trek com uma mulher no papel principal. É a série televisiva que eu segui mais de perto e mais vezes revi. Este interesse na Voyager provavelmente merecia um post só dedicado ao tema, mas é uma série, como poucas outras, que soube aliar o futurismo da exploração espacial (um tema que já me é caro) ao humanismo das suas histórias e personagens. Para o género, é uma série bem filmada, que começa a beneficiar dos efeitos especiais avançados dos anos 90, mas a sua força reside no desenvolvimento dos personagens e na existência de um tema central bem definido: a dificuldade em sermos nós próprios (e de nos segurarmos aos nossos valores e princípios) quando somos arremessados para longe de casa e de tudo o que nos é familiar. As fontes de inspiração são muito diversas (a título de exemplo, ocorre-me logo o episódio inspirado na Vita Nuova de Dante Alighieri) e é esse domínio da história e literatura que prendem à vida uma série sobre uma nave espacial perdida noutra galáxia. Mulgrew é a capitã dessa nave e uma das protagonistas femininas mais fortes e seguras que já acompanhei na televisão. É o papel da sua vida, que ela conta na sua autobiografia e estou muito curioso para ler. Por falar em títulos literais (admito que não sabia que era possível nascer com alguma dentição), este é outro que impressiona e oferece um vislumbre sobre a personalidade dentro do livro.

 

Sei Porque Canta o Pássaro na Gaiola, Maya Angelou

Fiquei a conhecer a Maya Angelou pela primeira vez no programa televisivo da Oprah, onde a escritora e poetisa norte-americana foi algumas vezes convidada. A sua bonomia impressionou-me logo, mas nunca cheguei a espreitar nada escrito por si. O seu nome, e este livro em particular, voltou a aparecer referido em 2020, como uma leitura útil para levantar as raízes do racismo sistémico nos EUA (e não só).

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