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horizonte artificial

ideias e achados.

Desconfinamento

Hoje arrancou a segunda fase de relaxamento das medidas de contenção da COVID-19. Reabriram creches, escolas, restaurantes e mais algumas lojas de média dimensão. Era difícil fazer coincidir este segundo passo no regresso à normalidade com um dia mais solarengo do que o de hoje. Notei isso mesmo logo às 8h, quando fui buscar pão e me espantei com o colorido das mesas e dos guarda-sóis abertos nas ruas. Como uma flor de maio pontual, as esplanadas voltaram.

Tenho dado por mim a tentar fazer sentido de algumas críticas que vou lendo nos blogs e jornais ao "grande confinamento", como já lhe chamam. E a conclusão a que cheguei é esta: há dois campos possíveis, entre os que acham que o Estado fez muito pouco (e/ou muito tarde) e aqueles que dizem, agora, que o Estado se excedeu e fez demasiado (com violações de direitos fundamentais e excesso de medo). Incluo-me firmemente no primeiro grupo. Prefiro pensar que fizemos demasiado pouco, do que aceitar a ideia de que podíamos ter continuado imperturbáveis e indiferentes nas nossas rotinas ao custo real, em vidas humanas, desta pandemia.

Como li algures hoje, vivemos em sociedade, e não numa economia. A noção de que o aparato sanitário, e subsequente impacto económico, pode ter sido insuficiente para evitar todo este sofrimento humano permite, mesmo assim, um módico de consolo pelo esforço coletivo feito (e a possibilidade de repará-lo, com políticas sociais e económicas que apoiem os mais pobres e mais afetados pelo layoff e desemprego). O contrário, não.

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