Ratatouille
Sinto que cheguei particularmente tarde a este, mas está visto, e mais uma vez a Pixar não desiludiu. Dá para sentir o primor e a dedicação que foram colocados na execução deste filme, e esse parece ser o segredo de cada nova película saída da Pixar. Histórias originais, contadas visualmente com mestria e atenção ao pormenor.
É esse grau de mestria nos filmes da Pixar que impressiona, além de explicar por que razão a companhia de animação só sai com 2 ou 3 filmes por ano.
No pequeno documentário que acompanha o filme, Brad Bird, o realizador de Ratatouille, diz que não dá para fazer um filme como este tentando agradar a uma audiência que está a dois anos de o ver. É preciso pensar e agir em termos daquilo que nos satisfaz e esperar que as outras pessoas sintam o mesmo. E, pensando bem, essa é a única forma de fazer algo de que se gosta, sem ficar refém das expectativas dos outros.
Depois, fascina um bocado perceber como o trabalho do realizador é assegurar que o produto final é fiel à ideia inicial, apesar de um filme demorar anos a ser feito e envolver a colaboração de centenas de pessoas. O papel do realizador é precisamente acompanhar essa ideia ao longo de toda a cadeia, e assegurar que não se perde no caminho. Por falar nisso, o fcbtudojunto dá um excelente resumo do que é ser-se realizador.
Não tenho a certeza de que conseguiria dedicar uma parte substancial da minha vida a um projecto destas dimensões, mas a lição está lá para ser aprendida: o que é feito com gosto dá sempre os melhores resultados.
O próximo filme da Pixar é o WALL-E, que já tem estreia marcada para Junho.