Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

horizonte artificial

ideias e achados.

Onde é que este blog anda?

Resposta direta: pelo SAPO Viagens, onde estou a dar uma mãozinha e a minha experiência até agora pode ser resumida num texto, aqui.

Adorei a viagem, amei escrever o texto. O meu próprio interesse por comboios, o deslumbramento com as paisagens do Tejo (o rio da minha aldeia, para citar Pessoa) e a descontração da tarefa fizeram com que este praticamente se escrevesse a si próprio. Não tirei notas ao longo da viagem, por isso, na hora de escrever, limitei-me a "bater umas bolas" com a memória e as ideias lá retidas.

Já tinha qualquer coisa escrita, quando voltei a escutar, do nada, os comentários soltos dos restantes passageiros à minha volta nesse dia. A exclamação sobre o Intercidades, por exemplo, fez-me levar o texto numa direção nova até aí e serviu de base para a ideia central que tentei passar: a experiência de viajar neste comboio histórico é completamente diferente daquela que um comboio normal na mesma linha pode proporcionar.

O relato da viagem estava praticamente terminado, só faltando um título para fechar o artigo, quando me chegou, finalmente, o eco da palavra "descapotável", pronunciada ainda a bordo do comboio por alguém nas minhas imediações. Não trazia nenhum contexto, nem autoria (consigo recordar-me da voz de um homem, mas nada mais). Era apenas uma palavra a aterrar-me aos pés, com a imagem de que precisava para completar a ilustração da diferença que representa, poder abrir uma janela e espreitar para fora da carruagem, viajar de cabelo ao vento e sorriso na cara.

Não é um texto fabuloso nem nada parecido, mas sei que seria metade do texto que acabou publicado, se não me tivesse recordado, no momento certo, dessas palavras à minha volta. Que brisa as soprou na minha direção? Na dúvida, vou passar a fazer como no BeiraTejo (o nome que também prefiro), e deixar sempre uma janela aberta.