A Liberdade anda por aí..
E usa um cravo atrás da orelha
Miradouro das Portas do Sol, abril, 2021.
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ideias e achados.
Miradouro das Portas do Sol, abril, 2021.
Andei a espreitar o arquivo há uns tempos e apercebi-me que o blog estava quase a fazer anos e casar números: 13 anos no dia 13 de abril. É o meu projeto em linha de maior longevidade, agora que penso nisso, e acho isso espantoso porque cheguei a ter vários blogs antes de criar o horizonte artificial em 2008, e sei como é fácil deixar de nos identificarmos com uma ideia, um nome ou um certo registo na escrita. O que me fez aguentar (até aqui) o horizonte artificial? Algumas ideias dispersas:
A quem estiver desse lado, obrigado por lerem, comentarem e, mais importante, deslumbrarem-se juntamente comigo.
Vi há uns dias, por acaso, o filme "A colina das papoilas", de Goro Miyazaki, e fiquei rendido. É um filme de animação onde a imaginação, claro, pode dar voos maiores, mas é uma obra-prima na forma como idealiza e pinta a presença da Primavera na história central.
Apetece entrar em algumas das cenas, nem que seja para descer a abrir aquela colina de bicicleta. Ando com papoilas no pensamento desde então, apesar de continuar limitado ao meu bairro, que pouco ou nada tem em comum com o litoral japonês. O espanto pareceu mais sentido, portanto, quando regressava a casa, esta semana, por um caminho diferente, e dou de caras com o que me ocorre descrever como uma ilha de Primavera na cidade — uma pequena encosta recém-transformada em jardim, por iniciativa da junta de freguesia, cheio de papoilas (sobretudo encarnadas, mas também algumas nos tons rosa e laranja) e de uma espantosa diversidade de outras flores.
É mesmo um pequeno festival de flores, tornado mais especial por surgir assim no meio urbano (fica adjacente à Segunda Circular), numa altura em que sair da cidade ainda não parece ser possível. Quem ali passa dificilmente fica indiferente à pequena mancha vermelha de papoilas e já há sinais de ser um espaço estimado por quem mora à volta. As abelhas e os shutterbugs da freguesia, pelo menos, têm ali um motivo novo para ficarem fora de si.