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horizonte artificial

ideias e achados.

Belo pouso

Uma borboleta repousa no topo de um cogumelo, em Monsanto

Depois das fotografias do ano passado, acrescentei um lembrete ao meu calendário, a recordar-me que as primeiras semanas de novembro são a altura ideal para começar a avistar cogumelos. Quando o lembrete lá surgiu no início do mês, todavia, tive de ignorá-lo, devido a um conjunto de circunstâncias. A espera, felizmente, valeu a pena. Fui matar saudades dos meus passeios por Monsanto e pareceu-me haver mais cogumelos do que na mesma altura no ano passado. Lá pelo meio, avistei esta malhadinha Lasiommata megera, a repousar em cima de um.

They did it

Não foi a semana que eu esperava ter, com um acontecimento na minha vida familiar que me pareceu quase sísmico, mas chegámos a domingo e está tudo bem — aqui e nos EUA. Mais do que um partido ou candidatura, ganhou a democracia (literalmente!), a empatia e a verdade. O trabalho mais difícil começa agora, mas é mesmo muito bom voltar a ler na imprensa norte-americana sobre propostas, sobre debates internos e os prós e contras disto e daquilo. Onde há lugar ao debate e à argumentação, as vozes da ciência e dos menos representados podem fazer-se ouvir. Não consigo esquecer uma frase que li algures (já me passaram pelos olhos centenas de tweets, posts de blogs e artigos de opinião desde a tarde de ontem, quando saiu a primeira projeção a dar Biden-Harris como vencedores), qualquer coisa como "voltámos a ouvir-nos uns aos outros, sem ruído". É muito cedo, claro, para isso acontecer, mas serve como analogia perfeita para descrever a minha esperança, agora renovada. Nos EUA, e em qualquer outro lugar que ocupemos, se nos ouvirmos uns aos outros, sem o ruído do preconceito e da antipatia gerada no desconhecimento, talvez possamos conviver melhor e encarar juntos os grandes desafios que nos esperam.

Novembro

Tinha muitos planos para este mês, que ficam novamente suspensos. Não estou entusiasmado com a ideia de passar mais tempo recolhido em casa, mas a compreensão sobrepõe-se aos restantes sentimentos. Seja como for, não vai ser tempo desperdiçado. Há boas séries para ver (tenho alguns serviços de streaming debaixo de olho que talvez consiga testar gratuitamente nas próximas semanas), alguns livros a caminho nos correios e, sobretudo, vontade de aproveitar este tempo.

Um motivo de entusiasmo

Pode ser o maior motivo de entusiasmo, mas também de desilusão (se não acontecer): a eleição de Joe Biden como o próximo presidente dos EUA. Não consigo evitar sentir ansiedade e todos os seus sinónimos em relação às manchetes da manhã de quarta-feira (se é que já vai haver um resultado por essa altura), mas também alguma esperança. Não tenho ilusões quanto ao progresso que um presidente norte-americano pode promover sozinho ou em apenas quatro anos, mas as grandes problemáticas dos nossos tempos exigem, no mínimo, líderes investidos de empatia e decência.

Um livro

Não consigo decidir-me, por isso destaco dois. Quero muito espreitar o primeiro livro da Márcia, gerado durante o confinamento no início do ano, e com um daqueles títulos que parecem convites: As estradas são para ir. Muita curiosidade, também, pelo próximo livro de Barack Obama, editado este mês, feito das suas memórias dos tempos na Casa Branca.

Um post na gaveta

Uma lista das coisas que me salvaram este ano.

Uma fotografia por fazer

Perdi a última, por isso gostava de voltar a conseguir apanhar uma Lua cheia a crescer sobre o horizonte de Lisboa.

Um filme

Não sei se o vou conseguir ver, mas fiquei intrigado com a sinopse deste "Os tradutores", de Régis Roinsard.