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horizonte artificial

ideias e achados.

Agosto

Um motivo de entusiasmo (e uma fotografia por fazer)

Fiquei parvo quando descobri, no mês passado, que era possível observar a olho nu um cometa no céu noturno, o cometa Neowise. Neste tempo de pandemia, precisamos de todas as distrações, e mais algumas, que nos desafiem a sair de casa para aproveitar o ar livre em segurança - sobretudo quando estão em causa fenómenos irrepetíveis (na nossa esperança de vida, pelo menos, já que este cometa só volta daqui a alguns milhares de anos). Uns dias depois, consultei um simulador do céu noturno (introduzindo a nossa localização, mostra-nos o que vai ser possível observar no céu a dada hora) e desafiei uma amiga a ir comigo à sua procura no céu desimpedido do Cabo da Roca. Quando chegámos, o sol já se tinha posto, mas ainda restava uma faixa de luz laranja no horizonte. Não havia outro remédio senão esperar. Enquanto conversávamos no carro, o céu ia escurecendo lá fora e deixando luzir alguns pontinhos aqui e acolá. Quando demos por isso, lá estava, talvez uns 30 graus acima da linha do horizonte, inconfundível com a sua cauda de gás e poeira. A ciência e a tecnologia garantiram-nos que ia lá estar, mas pasmámos mesmo assim. Parecíamos miúdos que acabam de ver a sua primeira estrela cadente.

Já nos preparávamos para ir embora quando arrisquei tirar uma fotografia ao cometa no céu. Uma hora antes, tinha andado a brincar com a câmara, enquanto não anoitecia totalmente, e ficara desiludido com os resultados. É por isso que a segunda surpresa da noite foi verificar que, sim, até a minha câmara conseguia registar aquele pontinho no céu (com um tempo de exposição de 10 segundos e ISO alto).

A fotografia resultante é para estimar, mas não há volta a dar: ficou desfocada. Em agosto, gostava de voltar a tentar captar o Neowise com a câmara, enquanto ainda é visível no céu noturno.

Se quiserem ver um exemplo das fotografias espantosas que têm sido tiradas em Portugal ao Neowise, espreitem esta fotografia do Pedro Silva, feita na ilha do Pico (só tenho pena que tenha sentido necessidade de colocar aquele texto todo por cima da fotografia).

Um livro

Como se não bastasse uma história de amor e traição, com Anna Karénina, comecei a ler mais uma: O primo Basílio, de Eça de Queirós (obrigado, Pedro, pela recomendação!).

Um post na gaveta

Um tema sobre o qual ando a pensar escrever há algum tempo: o que vai mexendo no arquivo do blog, graças aos visitantes que vão sendo encaminhados para esta página pelos motores de busca. Ou seja, os posts mais consultados, e o que acho que isso diz sobre o que os visitantes procuram e, claro, sobre o meu próprio blog.

Um sítio

Tenho curiosidade para espreitar este Jardim das Marias.