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horizonte artificial

ideias e achados.

geekery: o Data Center da PT na Covilhã



Sou um bocado suspeito para destacar isto, mas posso garantir que a audiência deste blog é demasiado pequena para justificar "posts promovidos" ou coisas similares. O vídeo já tem umas semanas, mas só ontem consegui vê-lo por inteiro, e dá uma boa e impressionante ideia do investimento que entrou nesta "caixa forte de informação", que a PT decidiu erguer na Covilhã e foi inaugurada recentemente. Não percebo nada desta área de tecnologia e de negócios (clouds, data centers e afins), o que me interessa aqui é mesmo a dimensão do empreendimento, em termos arquitetónicos e técnicos. O vídeo faz um bom trabalho a tirar as medidas ao projeto e a todo o esforço que entrou na sua conceção e construção (nem imagens áereas faltam do carro a entrar no perímetro do data center!).

um pedido de desculpas

Precisei de fazer algumas mudanças no blog e isso implicou alterar os endereços de todos os posts. Quem seguir links feitos no passado para o blog passa a encontrar uma página de erro. Ficam as desculpas pelo inconveniente e a garantia que não volta a acontecer novamente tão cedo.

notas avulsas: sobre o novo flickr

Já não é tão "novo" quanto isso: o site foi remodelado em Maio deste ano.

 

A última vez que publiquei lá uma fotografia foi em Outubro de 2012.

 

Sigo 128 utilizadores, dos quais 60 publicaram alguma coisa nos últimos 6 meses. Nada mau, mesmo assim.

 

A ideia principal da remodelação de Maio parece ter sido encher o ecrã, explodindo o tamanho das imagens e agrupando-as em mosaicos de tamanhos variáveis. A popularidade dos dispositivos móveis (e do formato instagram) deve ter sido um dos principais fatores a influenciar estas alterações.

 

A minha experiência do site esbarra logo aí. Não consigo navegar durante muito tempo por esses mosaicos sem o meu browser acusar problemas e voltar ao início da página, o que é incrivelmente frustrante quando já passámos por dezenas de fotografias e queremos voltar ao ponto em que estávamos. A voragem de imagens ainda parece ter os seus limites técnicos.

 

As fotografias têm mais destaque, mais espaço para respirar e o conjunto das fotografias parece mais interessante quando visto em mosaicos, mas sinto falta de algo no qual o antigo flickr era pródigo: espaço negativo.

 

Espaço negativo: o poder e a magia de uma fotografia não começa nem acaba no tamanho em que é vista. O antigo flickr podia ter muitos defeitos, mas havia uma certa paridade na forma como todas as imagens eram apresentadas no mesmo tamanho e em iguais circunstâncias. Agora, no "novo" flickr, estamos sempre dentro da fotografia, que enche o ecrã. Qualquer clique ou gesto ativa uma ação sobre a imagem ou a navegação. A moldura é o nosso ecrã.

 

Encher a página a toda a largura e altura coloca outros problemas ao nível da navegação. Não tenho sido um utilizador regular, como comecei por dizer, por isso não estou tão habituado ao novo layout, mas sinto-me constantemente perdido quando estou a navegar entre as diferentes áreas do site.

 

Não percebo a barra de navegação do Yahoo, que fez a sua aparição por altura da remodelação do site. Não acrescenta nada à experiência Flickr, só subtrai.

 

O flickr surgiu numa altura em que conseguia dar um pouco de tudo a quase todos, fossem criativos, artistas, fotógrafos de casamentos e batizados ou fotojornalistas. A pouco e pouco, surgiram outros serviços que foram erodindo alguns dos seus públicos: o tumblr ficou com os artistas e coleccionadores, o facebook com os fotógrafos de domingo, o instagram com os amadores e mais espontâneos. Só parecem ter ficado os mais profissionais e veteranos do serviço, o que parece explicar algumas das alterações feitas acima.

 

Estou dividido em relação ao novo flickr. Mais e maiores parecia ser a direção óbvia e indispensável para um serviço de imagens que tinha parado de evoluir, só não sei até que ponto isso pode ter introduzido mais ruído visual e descaraterizado o serviço tal como o conhecia.

As vidas dos outros

Consegui finalmente fazer um post no meu próprio blog sem links. Por mais que eu goste de selecionar, destacar e linkar tudo o que me vai passando pela vista ao longo do dia, é bom conseguir reunir algumas palavras e ideias, combiná-las e partilhar alguma coisa nova por aqui.

Parte da inspiração para o desabafo de ontem é mesmo a quantidade e qualidade de posts com que me cruzo diariamente no meu trabalho. As pessoas confiam neste espaço virtual que é a internet para publicar uma diversidade tão grande de opiniões e experiências que quando passamos a trabalhar com elas torna-se difícil não nos sentirmos fiéis (ao ponto de aprender a mostrar os dentes) depositários dessa montanha de histórias.

E estão sempre a chegar, sem destinatário certo. Ao ler algumas delas diariamente, sinto que estou numa espécie de central de correios onde as cartas seguem todas abertas. Ultimamente tem sido difícil ler as de quem perdeu o emprego ou encontrou a crise de frente. São as vidas dos outros a acontecer a cliques de distância.

Ontem, achei que era a minha vez de contribuir com algo para esta mega central do desabafo que é a blogosfera.

Este blog volta à programação normal a seguir.

"Já fui vítima de bullying"

A frase saiu-me assim. Sem pensar ou refletir na escolha das palavras, como se estivesse estado à espera da oportunidade certa para sair cá para fora. Depois veio a vergonha, não só por ser um dado extremamente pessoal e totalmente irrelevante para a discussão em causa (e que em nada motiva ou tem a ver com este post, começo já por dizer - está tudo bem comigo), mas por utilizar a palavra vítima. Vítima? Eu? Acho que nunca tinha usado esta palavra associada a mim.

Pensei na espontaneidade da frase, na forma como a recordação voltou a emergir passado tanto tempo e cheguei à conclusão de que não existia outra palavra melhor para descrever aquilo pelo qual passei. A coisa agora estava a céu aberto e comecei imediatamente a pensar em escrever este post e falar disso aqui, para mostrar e cimentar a convicção de que ser alvo de bullying não é realmente motivo de vergonha. Não há vergonha naquilo que nos acontece ou é infligido por outros.

Há várias formas de bullying, e só posso falar com base na minha experiência, que nunca envolveu agressões ou intimidação física. O bullying que senti na pele foi mais insidioso e prolongado, sem marcas ou episódios que pudesse apresentar como prova do que estava a acontecer. A coisa foi sempre mais subtil e calculada do que isso: as tossidelas que só ocorriam quando era chamado a falar na sala de aula, os insultos deixados nos manuais emprestados (e que só descobria mais tarde, ao chegar a casa ou ao ler partes da matéria, autênticas bombas com retardador), os recados em papel passados de mão em mão sem remetente, os comentários enquanto fazia apresentações à turma, as alcunhas sussurradas ao ouvido, e tanto mais.

Era o novo miúdo da turma, armado em sabichão e desejoso de impressionar os professores. A coisa não durou muito, como deve dar para imaginar. Poucos meses depois de começar o 10° ano, passei do tipo que levantava sempre a mão para responder a perguntas para o miúdo que sofria por antecipação com qualquer apresentação à turma. O verdadeiro terror era ser chamado à atenção dos meus atormentadores. "Não existir". Esse foi o meu lema diário ao longo de toda a minha passagem pelo secundário - três longos anos, na mesma turma.

Mostrou-se mais difícil de pôr em prática, claro. Qualquer chamada ao quadro, qualquer leitura em voz alta ou qualquer outra situação que fizesse referência a mim, constituía, para todos os efeitos, uma infração. Nada disto me foi alguma vez explicado ou verbalizado. Simplesmente sabia quais eram as "regras".

Os piores dias estavam literalmente marcados no calendário: dias com aulas de educação física. Durante 90 minutos não havia escapatória possível. Não havia professor ou espaço que pudesse colocar entre mim e as minhas sombras. O temor psicológico - de nunca saber em que circunstância seria visado - atingia o seu auge nesses dias, ao ponto de no início do 12° ano ter contado todas as aulas de educação física que ainda tinha pela frente. Foi a única estratégia mental que encontrei na altura para apaziguar o espírito. Uma espécie de contagem decrescente para a liberdade. Soa incrivelmente estúpido e fora de proporção, eu sei.

Nas últimas semanas do ano, com o "cadastro" isento de faltas, pude finalmente colocar em marcha o meu pequeno plano de fuga. Tendo em conta o número de faltas que podia dar até ativar qualquer tipo de alarme (julgo que seriam à volta de 10 por período), cheguei à conclusão que daí em diante podia faltar a todas as aulas de EF até ao final do ano. Não vos consigo explicar ou expressar o alívio que senti ao ganhar essa pequena liberdade a poucas semanas de me despedir do secundário. Foi o princípio do fim para aquilo que hoje só consigo descrever como um cativeiro mental.

Sei que a escola não é uma etapa do qual saímos sempre e todos ilesos. Há sempre experiências menos boas, simpatias e antipatias que é preciso navegar. Mas passados dez anos, ainda tenho bem presente a sensação diária de temor que era enfrentar mais um dia. Mesmo no final dos dias em que nada acontecia (que ainda foram a maioria) a sensação era de que tinha de algum modo "tido sorte".

Que marcas é que isso deixou? Ainda dou por mim muito alerta em situações que se calhar não justificam esse grau de sensibilidade (o que não quer dizer que eu não saiba por vezes ser um otário), consigo sempre detetar o bully na sala e, talvez o pior, tornei-me mais fechado em situações não escolhidas por mim.

Hoje, teria feito algo diferente? Faço-me a pergunta a pensar na remota eventualidade de alguém que esteja a passar por algo semelhante venha aqui parar e comece a ler isto. Quero pensar que isto não podia ter acontecido com mais ninguém, mas também ninguém teria dito ou adivinhado (e ninguém disse ou adivinhou) na altura que eu estava a passar por aquilo.

Na altura, tive muito tempo para pensar no que fazer e nos piores dias parecia-me sempre que não havia solução ou fim à vista para o que estava a passar. Agora, claro, sei que estava errado: por muito mau que o dia de amanhã pareça, as coisas podem e vão melhorar.

Para começar, falando com um amigo (obrigado Anabela) e contando a situação. Ninguém pode colocar-se exatamente no nosso lugar e ver o mundo da nossa perspetiva, mas a magia de falar com alguém é que nos permite tentar. E quando isso acontece, também damos por nós a inclinar-nos um bocadinho e a ganhar outra perspetiva. É simples e soa demasiado básico, mas é verdade: desabafar ajuda.

Agora ocorrem-me tantas pessoas a quem podia ter recorrido e pedido essa ajuda. Mas havia sempre aquela dúvida do quão pior podia ficar a situação se falasse e fizesse algo acontecer. É por isso que mesmo que nunca tenham passado por isto, saibam que a melhor coisa que podem fazer por outra pessoa numa situação destas é ouvir. Sem julgamentos ou preconceitos. E parar para perguntar "está mesmo tudo bem?"

E é esta a minha história. Espero que ajude alguém por aí. Contá-la, ao fim deste tempo todo, já me ajudou mais um bocadinho.

shuffle

Uma semana de achados na net.

 

No fantástico fotoblog da Marta Felino, uma sobremesa de chocolate que me deixou estúpido (de surpresa e curiosidade): charutos de chocolate, aos quais nem falsa cinza de bolachas Oreo falta.

 

A pôr em prática um dia destes: Standing on Weekdays Burns Calories Like Running 10 Marathons a Year.

 

Uma ideia estapafúrdia, pouco prática (sobretudo em dias ventosos) e dispendiosa, mas que Lisboa tem de realizar: Balões de hélio para as sete colinas.

 

Correr está na moda, já se sabia, e a SportZone entrou na coisa de forma original, com uma secret run. Há poucos dias organizou uma no interior do Colombo e estou curioso por participar.

 

Num blog relativamente recém-chegado e intrigantemente bem trabalhado ao nível do layout, a descrição de uma experiência da época: Castanhas assadas.

 

Boa semana!

E deus criou o horizonte artificial

Há duas semanas lançámos uma coisita nova nos Blogs do SAPO, chamada Estatísticas, e como nunca tive contador ou Analytics no horizonte, lá fui espreitar, com alguma curiosidade, o que as folhas de chá virtuais diziam. E surpresa: isto não é a Primark.

 

Num assunto não relacionado, e completamente alheio ao posicionamento no Google, estou a estudar a alteração do título do blog. As cinco alternativas até ao momento são:

  1. O horizonte mais doce
  2. O 31 do horizonte
  3. E deus criou o horizonte artificial
  4. Descontos horizonte artificial
  5. Tertúlia de Sabores horizonte artificlal

Acho que isto é capaz de funcionar... depois logo vos aviso do nome final ;)

 

Entretanto, para partilhar aqui a estatística que achei mais interessante, eis o top5 dos posts mais visitados nos últimos 6 meses no blog:

  1. lisboa: as novas carruagens do metro - 263
  2. A cidade fala connosco: a nova estação de metro do Saldanha - 248
  3. os melhores bolos de lisboa (segundo a time out) - 146
  4. o passado é um lugar estranho: a Rotunda do Marquês - 71
  5. notas sobre o Google Reader - 39

Este blog em duas palavras: bolos e metro.

shuffle

Há tanto tempo, eu sei.. mas aqui vão alguns das melhores coisas que achei esta semana na net.

 

Next Page Project, um projeto fotográfico em que Carlos Guiomar tira fotografias de pessoas a ler na via pública. É o tipo de coisa que eu já devia/quero/vou fazer um dia. Asterisco: é tão mais fixe de navegar e ver as fotografias no P3 do que no site original do Carlos (fotógrafos profissionais, tomem nota, as vossas fotografias só são tão boas quanto o meio em que são exibidas).

 

Eu vi e vou informar a viatura não é o vosso título habitual para um post. Nem para um recado deixado no vidro de um carro... do X-Acto, um blog obrigatório da Rute Sousa Vasco.

 

Há correr e depois há isto: Triunfo português na ultramaratona Spartathlon. (via @domingosmiguel)