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horizonte artificial

ideias e achados.

livros: Typhoon

Excerto de uma das histórias do livro que ando a ler, intitulada Typhoon, de Joseph Conrad:

"It was something formidable and swift, like the sudden smashing of a vial of wrath. It seemed to explode all round the ship with an overpowering concussion and a rush of great waters, as if an immense dam had been blown up to windward. In an instant the men lost touch of each other. This is the disintegrating power of a great wind: it isolates one from one's kind. An earthquake, a landslip, an avalanche, overtake a man incidentally, as it were -- without passion. A furious gale attacks him like a personal enemy, tries to grasp his limbs, fastens upon his mind, seeks to rout his very spirit out of him."

Devo ter lido este parágrafo umas cinco vezes, tal foi a impressão causada. E é o tipo de coisa que está sempre a acontecer-me ao longo desta leitura: ler e voltar atrás para ler novamente, em assombro com as imagens que Conrad constrói desta enorme tempestade. Não há nada como estar imerso na sua descrição de um barco a vapor apanhado por um tufão no Mar da China à sombra de 35ºC e junto às quietas águas do Tejo. Quem quiser pode ler a história na íntegra e gratuitamente através do Projecto Gutenberg.

instantâneos: Duran adam na Praça do Comércio



Estava de passagem pela Praça do Comércio quando reparei num pequeno grupo de pessoas (não mais de dez) no meio da praça com mochilas aos pés e paradas a olharem em silêncio na mesma direção. Depois de ver a bandeira nacional turca que uma delas segurava é que fiz a associação à Turquia e ao duran adam, nome turco pelo qual ficou conhecida esta forma altamente invulgar e simbólica de protesto (ou "homem em pé"), em que os manifestantes ficam de pé no mesmo lugar durante horas.

Tirei umas fotos para o instagram, fiquei a observá-los um bocado e depois decidi juntar-me. Não sei de quem ou como partiu a iniciativa, nem sei ao certo se estavam lá para exprimir solidariedade com as manifestações em Istambul (incríveis imagens aéreas do mesmo tipo de protesto na Praça Taksim) ou por outro motivo qualquer (a protestar contra a ocupação da Praça do Comércio no próximo sábado, por exemplo, pelo mega piquenique), mas não me interessava realmente saber.

O momento e o simbolismo da coisa falou mais alto.

Fiquei ali especado, a aguardar que o sol desaparecesse atrás dos edifícios à volta da praça e a ouvir as reações de quem passava e tentava perceber para o que estávamos todos a olhar.

"What are you waiting for?", perguntou-me um britânico que não resistiu à curiosidade.

Boa pergunta.

ecos

Escravos cardíacos das estrelas,

Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;

Mas acordámos e ele é opaco,

Levantámo-nos e ele é alheio,

Saímos de casa e ele é a terra inteira,

Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

Álvaro de Campos, Tabacaria.

shuffle

Uma semana de leituras, posts e tweets por aí.

 

Um artigo no NYT sobre o conceito de "big data" e como tem potencial para desbloquear novos conhecimentos em mais áreas além da internet.

 

Original e eficaz ação de comunicação que utiliza o Twitter para explicar como é viver com o síndrome de Tourette.

 

Um projeto online que vale a pena acompanhar: The Pastry Box Project, que se apresenta assim: "30 People Shaping The Web. One Thought Every Day. All Year Round. Sugar For The Mind."

 

A maioria dos tipos na minha idade provavelmente andou a contar os dias até à estreia do novo Star Trek ou Super-Homem. Eu andei a contar os dias para o novo filme da Pixar, "Monstros - A Universidade", que estreou na semana passada. Ainda não fui ver, mas o NYT explica como um dos novos personagens do filme (o Art) foi desenvolvido.

 

A Gaffe é assaltada.

momento Youtube: Just for laughs

 

Já andava a passar quantidades pouco saudáveis de tempo sintonizado no YouTube quando tropecei no canal mais viciante de sempre: o canal do Just for Laughs TV. Sim, são os tipos que produzem aqueles clips de apanhados desmiolados que passam na SIC para encher espaço de antena.

 

Percorrendo o canal youtube, e vendo a quantidade de conteúdos e de visualizações, percebe-se melhor o fenómeno da coisa, ao ponto de já passarem anúncios de turismo para Montreal, onde supostamente as filmagens são feitas. Fica a suspeita de que os apanhados televisivos tornaram-se uma das principais indústrias exportadoras do Quebec, o que a avaliar pela quantidade e diversidade de situações inventadas em ruas e parques da cidade, não pode ser uma coisa boa para o típico habitante de Montreal que gosta de passear despreocupado.

 

O vídeo acima mostra aquela que é, sem sombra de dúvida, uma das mais engenhosas (o meu sentido de humor, por algum motivo, valoriza isso). Um carro, um "satélite da NASA" e um twist no final que aumenta ainda mais a perplexidade dos apanhados (afinal, o objetivo e prazer da coisa). Não é garantido que faça rir toda a gente, mas algumas das situações que estes tipos provocam mereciam um óscar técnico da Academia pelo grau de ardileza envolvido.

app: Yahoo! Weather

Um momento flickr diferente.

 

A imagem acima é um screenshot da app de meteorologia do Yahoo para iPod e iPhone, que mostra o estado do tempo em cima de fotografias encontradas no flickr da respetiva localização.

 

Esta manhã, ao espreitar a app, encontrei a foto acima de Lisboa, feita pelo Benjamim Silva, aka Fotoben.

 

Além do design minimalista (premiado na semana passada pela Apple nos seus prémios anuais de design), não podia deixar de gostar desta ligação que a app faz à comunidade flickr para mostrar diferentes fotografias do sítio onde estamos (escolhidas automaticamente de acordo com o estado do tempo e altura do dia). É tão fixe que dou por mim a abrir a app ao longo do dia só para ver que fotografia de Lisboa aparece.

 

O objetivo do Yahoo/flickr é reunir suficientes fotografias que permitam ilustrar o estado do tempo em qualquer canto do globo. Quem quiser participar com as suas fotografias, e um dia destes vê-las na app, pode fazê-lo na página do Project Weather.

shuffle

Uma história de polícias e ladrões na Wired à volta do roubo de uma obra-prima da relojoaria, um relógio de bolso apelidado de "the Queen" por ter sido encomendado como presente para a rainha Marie Antoinette (demorou 44 anos a ser acabado, pelo que nunca chegou a ser dela). A fotografia de abertura do relógio é incrível.

 

No facebook do Le Cool, mais uma fotografia que vale a pena ver, da Avenida Almirante Reis no auge da popularidade dos elétricos na cidade de Lisboa.

 

Fabuloso vídeo das filmagens recolhidas no rali de Portugal por veículos aéreos telecomandados. (via @benjamim)

 

Por fim, um excerto de um programa de apanhados que nunca teriam dito que tinha sido transmitido na televisão pública. Loucos anos oitenta...

 

Boa semana!

apps: o novo Shazam para iPad


Por aqui já se falou (e deslumbrou) da "magia" por trás da app Shazam, que utiliza o microfone do telemóvel e a sua ligação à net para identificar qualquer música que esteja a ser reproduzida, e pensei que ficaria por aí, mas a aplicação aprendeu mais alguns truques recentemente, como o vídeo acima descreve.

A nova versão do Shazam para iPad permite deixar a app a correr no fundo, com o microfone ligado e a analisar tudo o que ouve, enquanto vemos séries de televisão ou vídeos no YouTube. Ao abrir novamente, a app apresenta a lista de todas as músicas que conseguiu identificar à nossa volta durante esse tempo.

Uma aplicação que grava e envia para análise remota todos os sons em nosso redor é o tipo de descrição que vai asseguradamente causar arrepios a alguns, sobretudo nos tempos que correm, em que voltou à baila a questão da privacidade perante estados cada vez mais apetrechados de recursos tecnológicos e jurídicos para vigiar os seus cidadãos e estrangeiros. Numa tentativa de sossegar alguns desses receios, a aplicação oferece, ao abrir, a desconcertante garantia de que o Shazam "não consegue perceber o que dizes".

Não me admirava que o Shazam, com as suas capacidades, já estivesse na mira de algumas agências obscuras norte-americanas..

ecos: sobre o iOS 7

Fascinante, a quantidade de reações ao iOS 7. Não me lembro de ler tanta gente na blogosfera a discutir design, usabilidade e iconografia em tão poucos dias. Para quem se interessa por estes temas, mesmo que amadoramente (o meu caso), o iOS 7 é a melhor coisa que podia ter acontecido. Aqui ficam algumas das leituras que fui fazendo nos últimos dias sobre o assunto:


Ler )

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