2009 vai ser assim
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ideias e achados.
- O João também fez uma lista de coisas boas (e más) de 2008. Se mais alguém se sentir inspirado a fazer uma, avise.
- O Kottke ainda não publicou o seu anual "best of" do ano e já estou a recomendá-lo. Metade das coisas que vou colocando neste blog são descobertas por intermédio do Kottke, por isso vale a pena esperar pelo mega-post.
- A minha segunda mais ouvida música do ano foi, surpresa, Disturbia, da Rihanna. Passo a vida a falar do Bon Iver, mas quando ninguém está a ver, sou apenas mais um zombie da MTV. Desisti, logicamente, de publicar o resto da lista.
- Um update relativamente ao post do assalto: o sacana entrou pela varanda.
- 30 blogs notáveis de 2008, vou passar a seguir alguns deles.
- os meus votos para quem passa por aqui: muitas ideias boas em 2009!
Aprecio o carácter terapêutico das listas. Quanto mais abstractas e inúteis elas são, maior é a cura. O poema de Elizabeth Bishop não é bem uma lista, apesar de fazer algumas enumerações: chaves, relógio, três casas, duas cidades, dois rios, um continente, uma voz, um gesto, etc. Digamos que precede a lista, é uma espécie de manual de instruções (ou precauções) para o passado e futuro.
No dias felizes.
Fruta
O SAPO decidiu oferecer fruta todos os dias aos seus colaboradores este ano. Não foi o suficiente para colocá-lo na lista da revista Exame dos melhores locais para trabalhar em Portugal (alguém esqueceu-se de enviar a nomeação), mas pôs alguns de nós a comer fruta todos os dias, três vezes por dia.
O metro de Berlim
Compra-se o bilhete, valida-se numa máquina e esquecemo-nos dele no bolso das calças durante o resto da estadia. É assim tão simples. Sem barreiras nem complicações que só visam explorar turistas desprevenidos. Faz lembrar algum metropolitano?
David Fonseca
Pela música e criatividade.
Dark Knight
Incrível a todos os níveis, e era fácil subestimar um filme que se propõe a contar a história de um homem que combate o crime vestido de morcego.
Obama
Não sei como vai ser a sua presidência, mas a maneira como conduziu a campanha presidencial impressionou. Pediu desculpa quando errou, recusou-se a dar importância àquilo que não tinha importância e não enveredou pelo ataque pessoal. E depois isto.
Jamie Oliver at home
Trocou os estúdios de televisão pela quinta, onde ilustra as vantagens de cozinhar ao ar livre. Abre o apetite e, sobretudo, desperta o interesse em cozinhar. Só continua a não ser propriamente o chefe mais higiénico na TV.
American Life
Chego a alterar o meu trajecto diário e ir a pé até ao Metro para conseguir ouvir em condições o podcast deste programa de rádio norte-americano. Devia haver mais programas assim, que nos põem no lugar de outras pessoas.
Proibido fumar
É o único caso que me ocorre em que um pedaço de legislação teve um impacto notório e significativo na nossa qualidade de vida da noite para o dia.
No cruzamento certo entre a utilidade marginal e a facilidade de utilização para ser divertido. A NASA deu-lhe o melhor uso do ano ao criar uma conta para a sonda MarsPhoenix. O progresso da sonda era dado na primeira pessoa, incluindo a descoberta de gelo na superfície de Marte.
Aimee Mann
Soa ainda melhor ao vivo.
Caça-mitos
O programa dedicado aos "mitos" da série MacGyver pode ter sido o melhor deste ano. Conclusão: a ciência do MacGyver era um bocado fogo de vista e os Caça-mitos continuam a ser o melhor programa com conteúdo científico na televisão.
Anaïs Mitchell
Abriu o concerto de Bon Iver em Paris e um cantinho especial na alma de todos os que lá estavam. É preciso ouvi-la para acreditar.
Byblos
A minha livraria preferida de Lisboa até à página 36 de Cem anos de Solidão (altura em que fechou as portas).
Zune
Tem todas as funcionalidades de um iPod, com a vantagem de ter rádio.
New York Times
O meu jornal de bairro para todos os efeitos. Em 2008 ajudou a responder a um dos mais velhos dilemas de qualquer utente dos transportes públicos: quando o autocarro não aparece, e o trajecto não é grande, é melhor esperar na paragem ou arriscar e ir a pé?
Blog do Quiz
Blog do Diabo. Uma das ideias para blogs mais diabolicamente viciantes do ano.
Amazon.co.uk
Quem precisa da FNAC?
Bon Iver
Obrigou o público presente no exíguo La Maroquinerie a repetir com ele um dos versos mais enigmáticos da canção The Wolves: what might have been lost. Só tentar descodificar os tempos verbais nesta oração faz-me doer a cabeça, mas o significado que retenho da frase conduz-me à maior lição de 2008: na dúvida, é melhor arriscar.
Excerto da última crónica de Philip Graham para a McSweeney's sobre o seu ano a viver em Lisboa. Tenho pena de só ter descoberto as suas crónicas agora que está prestes a regressar com a família ao Illinois.
Encontrada, precisamente, no FFFFOUND: uma imagem da curta brasileira Handmade, que está cheia de pequenas imagens-ideias brilhantes (fazer um chá a partir de uma carta de amor é uma delas).
Resolução para 2009: infiltrar uma imagem no FFFFOUND (pornografia para iconófilos). Quão difícil é, afinal, fazer uma imagem?
O videoclip de Weird fishes, dos Radiohead.
É um momento Kodak.
É um fotograma.
É um momento na vida de um estranho.
É a cena favorita do nosso filme favorito.
É a frase certa no momento certo.
É uma frase numa parede.
É uma polaroid.
É um instantâneo.
É um lugar comum.
É um postal.
É um clichê.
(para continuar)
(aceitam-se contributos)