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horizonte artificial

ideias e achados.

Uma semana boa

Entrar na padaria à hora de encerramento e ainda encontrar um pão alentejano (dos verdadeiros) à minha espera. O espetáculo de fogo-de-artifício "privado" no Tejo (pelo aniversário de uma empresa alemã de serviços financeiros..). A última bicicleta livre na estação GIRA à hora de regressar a casa. A senhora no autocarro a abarrotar que deu pela minha mochila aberta e fez questão de a fechar por mim (a Patrícia tem razão, a gentileza é a melhor forma de luta contra os tempos estranhos que vivemos). O reencontro inesperado na rua com um amigo da minha adolescência que me permitiu rebentar uma "bolha" do passado. Ganhar um hambúrguer grátis (e razoavelmente bom).

Esta semana foi assim, pontuada de pequenas coisas que melhoraram, inesperadamente, o meu estado de humor. Andei a acumulá-las na memória como quem transporta uma pilha de laranjas nos braços, com medo de deixar cair alguma no esquecimento. Pouso-as aqui.

No local certo, à hora certa

Esta tarde ajudei a socorrer uma senhora caída na rua e segurei-lhe a mão por alguns momentos enquanto aguardávamos a chegada do INEM (a chamada levou dois longos minutos a ser atendida e a ambulância cerca de 20 minutos a chegar) e de alguns enfermeiros que trabalham perto do local e tomaram rapidamente conta da situação. Fiz pouco mais do que isso, mas o gesto de segurar a mão de um desconhecido num momento de aflição ainda está comigo. Há exatamente uma semana, estava a chamar igualmente o 112 por causa de uma situação totalmente diferente, sem pés nem cabeça, que me tem pesado na consciência por motivos complicados que prefiro não explicar aqui. Sei que as coisas não funcionam assim, e que uma situação não anula a outra (e as lições que devemos extrair dela), mas é inevitável sentir o que aconteceu hoje como um reset ao karma. Também me engano, também sou imperfeito, mas este regresso a casa devolveu-me alguma paz de espírito por me recordar que também posso estar no sítio certo, à hora certa, para alguém. Não sejamos demasiado duros com nós próprios.

Um panapaná de palavras soltas

É a primeira vez que me lembro de apontar algumas das palavras mais curiosas com que me deparei ao longo de um ano. Senti que podia dar um post curioso aqui e penso que não me enganei. Oferece um pequeno vislumbre da minha ignorância, é certo, mas também das leituras que tenho feito. Gosto muito da ideia de uma lista de palavras quase totalmente desligadas umas das outras que, uma vez reunidas na mesma folha (virtual), só me têm a mim em comum. Gostaria de pensar que algumas delas irão pousar no bloco de notas de mais alguém e, quem sabe, inspirar mais ligações e ideias.

As palavras mais curiosas com que me deparei em 2024 (e cujo significado precisei de consultar no dicionário*)

  • panapaná (Brasil: bando de borboletas)
  • coruta (pináculo)
  • frança (conjunto dos ramos mais alto de uma árvore)
  • úbere (farto, produtivo)
  • dilúculo (crepúsculo matutino)
  • escalinata (grande escadaria)
  • ambrosia (iguaria)
  • polímata (domina várias áreas do conhecimento)
  • sazão (altura oportuna)
  • alburno (parte periférica do tronco)
  • rescender (exalar cheiro ativo e agradável)
  • circunjacentes (em volta)
  • erotografomania (necessidade patológica de escrever cartas de amor ou mensagens afins.)
  • enteléquia (a essência da alma, segundo Aristóteles)
  • remanso (lugar calmo e afastado)
  • prisco (salto dado por um cavalo que procura ver-se livre do cavaleiro)
  • hodierno (atual, de agora)
  • Longomel (localidade)
  • Cansado (localidade)
  • Tom (localidade)

*o significado entre parêntesis é apenas um apanhado, por vezes mal garatujado, das definições que encontrei nos dicionários da Priberam e Porto Editora.

Escolher com o coração

O Flickr desafia todos os anos quem por lá tem conta a auto-nomear o seu "melhor disparo" fotográfico do ano. Um painel de jurados olha depois para todas as fotografias submetidas a participação (apenas uma por utilizador) no desafio e escolhe as suas preferidas em cinco categorias. Há já alguns anos que tento participar, mas não é fácil selecionar apenas uma fotografia quando somos aquele tipo de fotógrafo que chega ao final do ano com mais de 4 mil fotografias feitas.

Quando chega dezembro, e começo a organizar o meu arquivo fotográfico, aproveito para estar atento àquelas imagens que, apesar de já as conhecer, ainda me parecem surpreender o olhar. O conjunto de candidatas deste ano não foi muito grande, mas mesmo assim voltei a ter a dificuldade habitual de escolher uma como a "melhor" de todas.

Qual foi o critério decisivo que acabei por usar? O coração. Não acredito que seja uma das 5 melhores fotografias do ano no Flickr (não tenho a ambição, ou a ilusão, para tanto), mas a minha escolhida chegou, durante a noite, à página do Explore (mais ou menos o equivalente dos destaques aqui do Blogs, com a diferença que não temos a ajuda do algoritmo). Graças a esse acréscimo de visibilidade, já é a minha publicação com mais reações de sempre no Flickr (numa conta com 17 anos de existência, já diz algo).

2024 não foi fácil em alguns quadrantes do meu quotidiano, mas reservou-me uma surpresa boa para o seu último dia. Não me recordo de outra coisa deste ano que me tenha feito passar tão depressa da apatia ao júbilo. Será a isto que sabe ter um post destacado?

Colecionar lições de vida

Tive uma infância rodeada por poucos miúdos da minha idade, por isso fui obrigado a inventar as minhas próprias brincadeiras. Uma delas foi "o jornal do prédio", em que dava conta de tudo o que se passava no nosso pequeno canto do bairro de modo.. como dizê-lo?.. criativo (felizmente, ainda não havia Polígrafo nessa época..).

Foi a distribuir o meu jornal (de tiragem extremamente limitada) que fiquei a conhecer melhor a dona Alda e o senhor Rui, um casal afável mas primoroso de aposentados que viviam no último andar do nosso edifício. Não me lembro se tinham filhos já adultos, mas sei que engraçaram comigo e que me deixavam entrar no seu apartamento sempre que me dava para lhes ir bater à porta perguntar como estavam (e se comprariam um exemplar do meu jornal..).

O sr. Rui era um grande filatelista e um dia, provavelmente numa altura em que já estaria doente, tentou interessar-me por essa ocupação, mostrando-me alguns dos seus estimados álbuns de selos. Perante a minha curiosidade (para um miúdo que não podia perceber o valor que um quadradinho de papel pode ter), deve ter-se sentido incentivado a doar-me alguns deles.

Já imaginam o que aconteceu a seguir, certo? Ao fim de alguns dias, esqueci completamente o assunto e, incumbido de cuidar bem de objetos cujo interesse e valor me passavam completamente ao lado, fiz aquilo que qualquer miúdo desejoso de se desfazer de uma responsabilidade faria: atirei-os para o caixote do lixo do prédio, onde o sr. Rui os iria encontrar no mesmo dia, ao abrir a tampa para depositar os seus sacos. Imagino o espanto e a deceção na sua cara e, mesmo sabendo que tinha a desculpa da criancice, não consigo deixar de sentir um misto de vergonha e arrependimento pelo tamanho do meu descaso.

Não é por isso, todavia, que partilho esta história aqui. Se consigo imaginar a sua deceção é porque o mesmo me fez questão de a mostrar. Depois de resgatar os vários álbuns do caixote do lixo, tocou-nos à porta e disse-me, enquanto me tentava esconder por entre as pernas dos meus pais, que estava muito desiludido por encontrar no lixo algo que me tinha confiado. Podia não ter dado importância ao sucedido e atribuído (corretamente) o gesto à minha imaturidade, mas o sr. Rui optou por partilhar a sua deceção e, com isso, ensinar-me algo sobre o que acontece quando magoamos os sentimentos de outros.

Lembrei-me disso esta semana, enquanto pensava numa coisa que me sucedeu há pouco tempo, que não tem metade do valor daqueles álbuns de selos (e que, já agora, não me voltaram a ser confiados). Resumindo, alguém teve uma atitude comigo que me dececionou, pensei sobre o assunto e informei, com muito tato, a pessoa em causa que o seu gesto me tinha espantado e entristecido.

Não sei ainda bem avaliar como o sucedido vai modificar a minha maneira de ser com esta pessoa, mas uma certeza eu tinha: não queria que nada ficasse por adivinhar ou especular. E isso deve-se a algo que aprendi com aqueles álbuns filatélicos. Não funciono sempre assim (como toda a gente, também sou capaz de calar sentimentos e alimentar amuos), mas defendo que é sempre melhor comunicar e expressar o que sentimos, mesmo que isso possa ser difícil para ambas as partes e que, crucialmente, não existam garantias que resolva alguma coisa.

Nesta maneira de ser sinto um tímido eco na escolha do sr. Rui de me mostrar, sem intermediários ou paninhos quentes, o resultado da minha ação. Acabei por não seguir a sua paixão por filatelia, mas estimo a lição que aprendi consigo naquele dia e que me continua a acompanhar até hoje.

Ainda há esperança

Em outubro de 2020, aqui no blog:

É esta a raiz da minha aflição com Trump: ser obrigado a ver, quase todos os dias, como o pior entre nós conseguiu dominar e quase atrofiar a discussão pública dos grandes problemas que se colocam à sociedade norte-americana e à opinião pública mundial, do racismo institucional ao aquecimento global.

Os resultados das presidenciais de terça-feira ditaram que vamos ter mais quatro anos de imprevisibilidade pela frente. Mesmo que as coisas não corram muito mal (quem poderia ter adivinhado, em 2016, que teríamos uma pandemia global ao virar da esquina?), é garantido que não será com a ajuda dos EUA que vamos dar os passos necessários para endereçar alguns dos maiores problemas que se colocam ao mundo (a paz em Gaza e na Ucrânia, a crise climática e os abusos e desequilíbrios que continuam a forçar tanta gente para longe das suas origens).

Se as coisas não estão bem hoje (e não estão), não vejo como é que alguém que descartou repetidamente a civilidade e empatia para ser eleito vai conseguir contribuir para ajudar a melhorá-las. O trabalho de todos os que tentam fazer alguma diferença diariamente pelo seu exemplo vai ficar, mesmo que de modo infinitesimal, mais difícil. E, ainda assim, não podemos desanimar ou desistir de tentar fazer essa diferença.

Nos últimos dois meses, não me tem largado o pensamento, a propósito de coisas no meu bairro e na minha cidade, o discurso de Michelle Obama e a sua chamada a do something perante algo errado. Passados meses, estas duas pequenas palavras continuam a ecoar em mim, mais alto do que qualquer insulto ou mentira repetida vezes sem conta durante a campanha eleitoral nos EUA. É esse o poder da boa oratória, enraizada em valores e dirigida à parte em nós que procura ser melhor todos os dias. Sim, o caminho ficou um bocadinho mais difícil ontem, mas tenho esperança que não nos falte, nos próximos quatro anos, quem nos recorde da direção certa.

O Posto de Escuta está de volta

Em 2003, quando percebi o potencial da blogosfera para nos fazer passar mais tempo frente a ecrãs e a socializar menos, fiz o que qualquer outro estudante universitário com demasiado tempo nas mãos faria: criei um blog dedicado a recolher e citar alguns dos mais originais e interessantes textos a serem publicados no país (já depois de criar um diretório nacional para os encontrar, chamado Blogo). O blog chamava-se Posto de Escuta e, durante alguns anos, recebeu a atenção e o carinho de autores e leitores da blogosfera nacional (está arquivado aqui).

O blog que abri esta semana tem o mesmo nome, mas o propósito já é outro. Serve como uma espécie de arquivo público dos meus recortes digitais, agora que continuo a sentir-me um bocado órfão do Twitter e sem um sítio onde possa partilhar, de forma rápida e acessível, algumas das coisas que me chamam a atenção na internet. O Mastodon continua a ser pouco usado (embora seja perfeito para seguir, cronologicamente, as publicações de alguns meios de comunicação social) e o Threads parece uma salgalhada algorítmica que me cansa só de abrir a aplicação (sinto-me ligeiramente ofendido pelo afinco da plataforma em ignorar a minha preferência para ver, logo à partida, as pessoas e os conteúdos que subscrevo de forma cronológica).

Se o tom do horizonte artificial vos agrada, e tiverem espaço nas vossas rotinas (ou leitor de feeds) para mais um blog, ficarei muito grato pela vossa atenção também ali, onde conto partilhar alguns recortes das pequenas coisas com que me cruzei no meu dia-a-dia e que penso que valem a pena ser apreciadas por mais pessoas.

A livraria na colina

Ainda no tópico dos jardins, deixem-me falar-vos de um dos mais bonitos que fiquei a conhecer este ano, ainda que só através das páginas de um livro. Gostei muito de "A livraria na colina", no qual Alba Donati, uma poetisa italiana, conta como foi abrir e manter aberta uma livraria na sua terra natal, uma vila com pouco mais de uma centena de habitantes situada na Toscânia.

A aldeia de Lucignana oferece vistas panorâmicas dos Apeninos e um refúgio ideal para quem se desencanta com a vida nas grandes cidades. É lá que Donati instala a sua livraria, numa pequena loja que, crucialmente, também abre para um pequeno jardim. Digo crucialmente pois, se a livraria é a protagonista deste diário, o jardim é o objeto do seu afeto.

Gostei tanto, tanto de ficar a conhecer esta livraria-jardim que dei por mim a avançar apenas algumas páginas de cada vez que abria este diário (quando gosto de um livro, não o devoro, passo a debicá-lo). Durante alguns meses, sempre que retomava a leitura, sentia como se tivesse viajado até Itália e pudesse passar alguns momentos no espaço físico da Libreria Sopra la Penna.

"Gosto de livros que me fazem ler outros livros. É uma cadeia que jamais devemos interromper. A única forma de eternidade que podemos experimentar é aqui na Terra", dizia Pia [Pia Pera]. O jardim é uma forma de eternidade.

E este é um desses livros. Cheguei à última página com uma lista de livros recomendados que vou precisar de bastante tempo (alguns anos, com certeza) para completar. Donati tem um jeito especial para falar dos seus livros preferidos e muito deles foram inspirados pelo contacto com a Natureza. Um pequeno (grande) excerto onde isso fica evidente:

Creio que o jardim seja em parte culpado de tudo isto. O velho pessegueiro que dava pêssegos enfezados, após a poda presenteou-nos com pêssegos gigantescos, o plumbago [uma espécie de arbusto] cresceu uns dois metros. Encomendei um livro fundamental sobre o poder das flores. Foi escrito em 1907 por um poeta e ensaísta, além de prémio Nobel, Maurice Maeterlinck, e intitula-se A Inteligência das Flores. A beleza do livro está na sua falta de vontade científica, classificatória. Tal como nós, as flores pensam, percebem por intuição o caminho mais simples, evitam percursos difíceis, e lutam, têm espíritos revolucionários. Maeterlinck conta as vidas das flores como se fossem façanhas cavaleirescas, por vezes condenadas ao fracasso. Estou a pensar na pobre luzerna, que volta a colocar dentro de leves espirais as suas sementes para abrandar a sua queda e permitir que o vento as leve para longe. O mais comovente é a inutilidade daquilo. A planta está demasiado perto da terra e a semente cai num abrir e fechar de olhos.

No final de cada entrada do seu diário, Donati lista as encomendas de livros que os seus clientes lhe fizeram nesse dia. De início, dava por mim a saltar esses títulos. À medida que fui entrando no dia-a-dia da livraria, contudo, comecei a prestar atenção e a reparar naqueles que apareciam mais repetidos. Não me admirava descobrir que a semente deste livro foi isso, um mero registo dos títulos encomendados, que foi ganhando vontade de contar algo mais sobre o quotidiano de uma livreira (justificadamente) orgulhosa da sua livraria com vista para as montanhas.

Saiu um livro de Martin Latham, livreiro da Waterstones de Canterbury. Também ele deixou tudo, uma brilhante carreira de professor iniciada na Universidade de Hertfordshire, para se dedicar à livraria. O primeiro capítulo de Crónicas de Um Livreiro fala de livros de consolação, aqueles livros que vêm antes das leituras conscientes. O livro de consolação encontra-se por acaso, como um amor, e aplaca os nossos medos, guardamo-lo para nós como se fosse um segredo, apertamo-lo contra o peito, cheiramo-lo, nunca o referimos em contextos oficiais, ele é uma questão privada.

Ainda estou a pensar na resposta que daria sobre os meus livros de consolação, mas não restam dúvidas que esta obra constaria da minha lista. Se gostam de livrarias, de jardins e de Itália, não procurem mais e vão comprar o vosso exemplar — a capa não engana, é mesmo um livro bonito.

Um jardim cheio de luz

Três anos depois deste post, lá fui eu visitar o jardim do Centro de Arte Moderna (CAM) da Gulbenkian, no seu primeiro dia de abertura ao público. Estava, claro, a abarrotar de gente, e não consegui fotografar o espaço como queria, mas passei meia hora de pé junto a uma coluna de som a ouvir a conversa entre Kengo Kuma (o arquiteto responsável pelo projeto de renovação do CAM) e Benjamin Weil (o diretor do museu) debaixo da enorme pala. Fui até lá movido puramente pela curiosidade, mas um lampejo de inspiração levou-me a gravar a conversa com o telemóvel. São algumas frases dessa conversa, aliadas às fotografias que tirei do jardim nos dias seguintes (mais uma ideia inspirada, pois as tardes de sol escassearam bastante depois disso), que motivaram este texto no Viagens.

Se leram o meu post de 2021, vão reconhecer alguns ecos do mesmo. Se mais nada, todavia, vão pelas fotografias. Acho que refletem bem a ideia de um jardim banhado em luz, sobretudo a clareira junto ao edifício. É um espaço realmente convidativo e diferente de qualquer outro na cidade, parece-me, até mesmo de qualquer outro no Jardim da Gulbenkian. Admito que possa estar um pouco sugestionado, depois de ler tanto sobre o projeto do renovado CAM, mas sente-se ali uma ligação mais forte entre jardim e museu. Acho que vai dar um sítio ótimo para experimentar, aprender e apreciar coisas novas.

E, claro, para correr. Foi o que mais vi fazer ali nos primeiros dias em que lá passei, às primeiras horas da manhã e às últimas da tarde, sempre com a minha máquina fotográfica. Publiquei mais algumas fotografias do que vi aqui, se quiserem espreitar. Estou cheio de curiosidade para ver como outros vão ver, desfrutar e criar neste jardim.

PS: Só li depois de publicar o meu, mas a Mensagem tem um artigo, assinado por Catarina Moura, que vale muito a pena ler sobre a evolução do quarteirão que a Gulbenkian ocupa atualmente, assim como algumas curiosidades deliciosas sobre o projeto de Kuma para o CAM (que adorava ter conseguido para o meu).