Não são necessariamente os meus favoritos do ano, mas são aqueles que causaram algum tipo de sobressalto. Vão daqui recomendados.
Saint Exupery, Marcel Migeo (link)
O primeiro livro que me veio parar às mãos em 2015 e um dos mais bem escritos, apesar de se tratar de uma tradução portuguesa já antiga. Migeo fez um ótimo trabalho a desmistificar o aviador, escritor e filósofo em Saint-Exupéry para nos dar a conhecer o homem, com os seus inevitáveis defeitos, e a sua incrível vida.
Outro autor francês, uma grande surpresa com a pungência de Malraux. O traço que mais me ficou na memória da sua leitura é o nevoeiro da noite.
Go Set a Watchman, Harper Lee (link)
Esperava, como antecipa a Vanita, o resultado de um golpe de marketing, mas uma vez lá chegado, tive de entrar no livro e isolar o ruído. Foi um dos poucos livros de que falei aqui no blog, está lá tudo o que penso dele.
Capitães da Areia, Jorge Amado (link)
Foi a minha primeira leitura de Jorge Amado e rendi-me completamente à narrativa das aventuras daquelas crianças. No final, sentia-me uma delas e, claro, não queria que ninguém ali crescesse.
Segundo Sexo (1ª parte), Simone de Beauvoir (link)
Um livro que marcou o feminismo e que clarifica uma série de coisas à volta da nossa condição atual de homens e mulheres.
Sputnik, Meu Amor, Haruki Murakami (link)
O meu primeiro encontro com Murakami e uma excelente impressão inicial. A sua sensibilidade torna o mais pequeno gesto límpido e luminoso.
A Máquina de Fazer Espanhóis, valter hugo mãe (link)
Um retrato da velhice sem falsas contemplações e um bom ponto de partida para descobrir a obra de valter hugo mãe.
Flores, Afonso Cruz (link)
Uma das últimas leituras de 2015 e um autêntico ramalhete de belas imagens literárias. A curiosidade em relação a Afonso Cruz começou com a apresentação, na Fnac, de "Barafunda", outro livro seu para crianças e logo aí ficou evidente a sua cultura, filosofia e talento para cativar quem o lê.
A Possibilidade de Uma Ilha, Michel Houellebecq (link)
Um livro tão provocador que ainda não sei bem, ao final de um mês, o que pensar dele. A ironia e um certo (alguns diriam considerável) desdém pela humanidade aparecem na leitura como um degrau inesperado no caminho. Vamos tropeçar e retomar o caminho como se nada fosse, mas há um incómodo que perdura.