A manchete do dia
via Público
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ideias e achados.
O objectivo da provocação é materializar aquilo que às vezes só paira no ar. Prova disso é o que aconteceu quando o Tal & Qual decidiu oferecer um exemplar de um livro de Lobo Antunes a José Saramago, recém-chegado da cerimónia de entrega do Nobel da Literatura, no átrio de um hotel em Lisboa:
Os olhos brilhavam e perguntava à medida que rasgava o papel à minha frente com um sorriso: "Ah, mas o que será?". Naquele momento, por uns segundos, fiquei suspenso a aguardar a reacção. Assim que topou o nome do escritor rival bem visível e impresso com letras encarnadas, os olhos do Nobel da Literatura fulminaram-me. Fiquei sem reacção, apenas de boca aberta e só consegui estender a mão para receber de volta o livro. Saramago ainda me disse: "Tome, não aceito e considero isto uma provocação"...
Um momento particularmente bem apanhado da manifestação anarquista que percorreu a Baixa na sexta-feira.
1 - Deixei de republicar no blog coisas encontradas elsewhere, em particular no velho favorito Kottke. O Kottke pode ser encontrado no Kottke.
2 - Design é como uma refeição completa num restaurante. Não dá para acertar em dois dos pratos e rezar que ninguém repare na mosca na sopa.
3 - É uma aventura entrar numa reunião, em qualquer reunião, com a Jonas.
4 - O velhinho Posto de Escuta surgiu como resposta (errada) no Blog do Quiz. Duas vezes!
5 - Tinha saudades de andar de t-shirt.
Sinto que cheguei particularmente tarde a este, mas está visto, e mais uma vez a Pixar não desiludiu. Dá para sentir o primor e a dedicação que foram colocados na execução deste filme, e esse parece ser o segredo de cada nova película saída da Pixar. Histórias originais, contadas visualmente com mestria e atenção ao pormenor.
É esse grau de mestria nos filmes da Pixar que impressiona, além de explicar por que razão a companhia de animação só sai com 2 ou 3 filmes por ano.
No pequeno documentário que acompanha o filme, Brad Bird, o realizador de Ratatouille, diz que não dá para fazer um filme como este tentando agradar a uma audiência que está a dois anos de o ver. É preciso pensar e agir em termos daquilo que nos satisfaz e esperar que as outras pessoas sintam o mesmo. E, pensando bem, essa é a única forma de fazer algo de que se gosta, sem ficar refém das expectativas dos outros.
Depois, fascina um bocado perceber como o trabalho do realizador é assegurar que o produto final é fiel à ideia inicial, apesar de um filme demorar anos a ser feito e envolver a colaboração de centenas de pessoas. O papel do realizador é precisamente acompanhar essa ideia ao longo de toda a cadeia, e assegurar que não se perde no caminho. Por falar nisso, o fcbtudojunto dá um excelente resumo do que é ser-se realizador.
Não tenho a certeza de que conseguiria dedicar uma parte substancial da minha vida a um projecto destas dimensões, mas a lição está lá para ser aprendida: o que é feito com gosto dá sempre os melhores resultados.
O próximo filme da Pixar é o WALL-E, que já tem estreia marcada para Junho.
O João tem uma excelente citação de Salgueiro Maia no Café da Manhã.